Os filósofos modernos mais reconhecidos, como Descartes, Locke, Berkeley, Hume, Kant e Husserl preocuparam-se principalmente com uma questão específica: como é possível conhecer? Então, empreenderam investigações para determinar como funciona o processo de conhecimento.
Apesar do objetivo bastante específico de suas especulações, os resultados delas influenciaram a maneira de pensar do mundo inteiro.
Alguns frutos desses trabalhos ajudaram muito o desenvolvimento do conhecimento sobre a mente humana e os processos cerebrais, outros, porém, deram vazão a conclusões que levaram a um certo relativismo.
Isso porém não significa que estava no horizonte de consciência desses filósofos todas as consequências que seus leitores e continuadores perpetraram. Até porque estes, muitas vezes, desprezaram o objetivo principal daqueles pensadores, tirando dos aspectos marginais de suas investigações conclusões como se fossem as mais importantes.
No entanto, os filósofos esforçavam-se por descrever o processo humano de conhecimento, sem precisar recorrer a crenças e convicções que não fossem plenamente sustentadas por argumentos racionais e de acordo com o conhecimento físico e neurobiológico que já se possuía. Sua preocupação principal não era determinar a composição da realidade, mas como nos relacionamos com ela; nem se a realidade existe ou não, mas se nós somos capazes de, com toda certeza, determinar se ela existe de tal e qual forma.
A maior parte das conclusões que esses filósofos apresentaram em relação à composição da realidade trataram-se de hipóteses, pois seu objeto de investigação não era exatamente a realidade, mas a pessoa e sua capacidade de conhecer.
Na verdade, sequer eles poderiam negar a existência da realidade, pois se o objeto de estudos era a capacidade de conhecê-la, reconhecê-la era inevitável.